quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Obsessão - Conceito e Características



Conceito


A inferioridade moral dos habitantes da terra é a causa da atração de maus espíritos e dos processos obsessivos. A obsessão é um dos principais flagelos que a humanidade enfrenta na atualidade. Em razão disso, os grupos mediúnicos estão sendo convocados a intensa atividade no setor das desobsessões, Como as doenças e todas as outras tribulações da vida, a obsessão deve ser considerada como uma prova ou expiação, e aceita como tal. Assim como as doenças são resultado de imperfeições físicas, a obsessão é o resultado de uma imperfeição moral que o expõe o indivíduo a ação de um mau Espírito. As imperfeições morais estão associadas à conduta, atitudes e até o pensamento do obsidiado. Este artigo se propõe a caracterizar a obsessão através da consolida diferentes obras referente a Doutrina Espírita.




Conceitualmente, a obsessão é a ação persistente de dominação que um mau espírito exerce sobre um indivíduo.  Pode apresentar características muito diferentes, desde a simples influência moral sem sinais exteriores sensíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. As causas da obsessão variam de acordo com o caráter do espírito, podendo ser:

  • Vingança do obsessor contra o indivíduo: frente a situações da encarnação atual ou das anteriores;
  • Desejo do obsessor de fazer o mal: como está em sofrimento, entende que deve fazer os outros sofrerem e sente prazer em ver o obsidiado atormentado. Escolhem suas vítimas por rancor, inveja e até covardia que os induz a se aproveitarem das fraquezas morais dos indivíduos;
  • Devido ao orgulho pelo falso saber do obsessor: onde o obsessor não possui a intensão de fazer o mal, porém intencionam a imposição das suas idéias ao obsidiado.
Na obsessão o Espírito atua exteriormente através do seu perispírito em sintonia com o perispírito do encarnado, fazendo com que esse sinta-se em uma rede, constrangido a agir contra sua vontade. (Gênese - Kardec).

Obsessor e Obsidiado - Processo Obsessivo

O obsessor

O obsessor não é um ser diferente dos demais, não só vive de crueldades e não é um estranho ao
obsidiado. Pelo contrário. Muitas vezes é alguém da sua convivência e intimidade, que está desequilibrado pelo sofrimento e desengano, certamente com nossa participação. Tratam-se de Espíritos que não foram tocados pelo arrependimento, carregados de rancor e ódio, que após a morte perseguem suas vítimas carregando esses maus sentimentos de encarnações pretéritas. No entanto, devemos lembrar que os obsessores não são Espíritos totalmente desprovidos de bons sentimentos. São antes de tudo, Espíritos carentes de compressão e amor. São seres solitários, doentes da alma. O obsessor é, em última análise, um irmão enfermo e infeliz, que dominado pela ideia fixa de vigar-se, esquece-se de tudo o mais e passa a viver em função daquele que é o alvo dos seus planos (ESDE - FEB).

O obsidiado

A Doutrina Espírita nos informa que, antes de tudo, o obsidiado é vítima de si mesmo; sendo descrito no dicionário como: importunado, atormentado, perseguido. Segundo Joanna de Ângelis:

Prisão interior, [...] ‘‘Cela pessoal’’, onde grande maioria se mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos erros. [...] Obsidiados! Cada um deles traz consigo um
infinito de problemas que não sabe precisar. [...] O obsidiado é o algoz de ontem e que agora se apresenta como vítima. Ou então é o comparsa de crimes, que o cúmplice das sombras não quer perder, tudo fazendo por cerceá-lo em sua trajetória. As provações que o afligem representam oportunidade de reajuste, alertando-o para a necessidade de se moralizar, porquanto, sentindo-se açulado pelo verdugo espiritual, mais depressa se conscientizará da grandiosa tarefa a ser realizada: transformar o ódio em amor, a vingança em perdão, e humilhar-se, para também ser perdoado. (ESDE - FEB)

O processo obsessivo


O processo obsessivo se caracteriza pela ação do obsessor sobre o obsidiado, que aproveita a menor oportunidade para atingir a pessoa visada. A interferência se dá por processo análogo ao que acontece no rádio, quando uma emissora clandestina passa a utilizar determinada freqüência operada por outra,
prejudicando-lhe a transmissão. Essa interferência estará tanto mais assegurada quanto mais forte, potente e constante ela se apresentar, até abafar quase por completo os sons emitidos pela emissora burlada. (Gênese - Kardec) O perseguidor age persistentemente para que se efetue a ligação, a sintonia mental, enviando os seus pensamentos, numa repetição constante, hipnótica, à mente da vítima, que, incauta, invigilante, assimila-os e reflete-os, deixando-se dominar pelas idéias intrusas (Evangelho Segundo o Espiritismo).
Allan Kardec esclarece que no processo obsessivo há, também, uma ação fluídica por parte do obsessor que [...] atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a proceder contra a sua vontade. Esta ligação fluídica entre obsessor e obsidiado permite que [...] os pensamentos e as vontades dos dois se confundam e o Espírito, então, se serve do corpo do indivíduo, como se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade. [...] Fá-lo pensar, falar, agir em seu lugar, impele-o, a seu mau grado, a atos extravagantes ou ridículos; magnetiza-o, em suma, lança-o num estado de catalepsia moral e o indivíduo se torna um instrumento da sua vontade. Tal a origem da obsessão, da fascinação e da subjugação que se produzem em graus muito diversos de integridade (O Livro dos Médiuns - Kardec).


Os Graus de Obsessão

A obsessão pode ser classificada em obsessão simples, fascinação e subjugação (ou possessão). 

Obsessão Simples

Na obsessão simples é caracterizada por ser uma influenciação espiritual através da ação de um
Espírito, causando desconforto ao obsidiado. Na obsessão simples o obsidiado percebe a influência do Espírito, pois esse de nenhuma forma disfarças suas más intenções. Nessa categoria podem ser incluídas as obsessão que produzem fenômenos físicos, tais como pancadas, movimentação de objetos e outros ruídos. Porém a obsessão simples pode atuar sobre a moral do indivíduo durante um intervalo de tempo maior, realçando atitudes marcantes diferentes do usual. Os sinais mais comuns são: irritação, ciúme, inveja, ideia de perseguição, amargura, ansiedades, doenças-fantasmas, vaidade, arrogância, irreverência, atitudes debochadas, inconvenientes, etc.

Fascinação

A fascinação tem consequências mais graves, sendo caracterizada pela ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsessor sobre o pensamento do obsidiado. Neste tipo de obsessão, o obsediado não acredita que o estejam enganando, pois o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega. A diferença entre a obsessão simples e a fascinação está justamente no caráter do Espírito obsessor. Na primeira, trata-se de um Espírito oportuno com o objetivo de transtornar; já na segunda, o Espírito é ardiloso e profundamente hipócrita, pois veste-se de uma máscara que toma um falso aspecto de virtude. É frequente seu apoio em palavras como caridade, humildade e amor de Deus.

Subjugação

Na subjugação ocorre o domínio moral ou corporal do encarnado pelo Espírito obsessor. Esse se apossa do corpo do encarnado durante um determinado período. Trata-se de uma obsessão intermitente. Diante do domínio moral, o obsidiado é conduzido pelo obsessor a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão , ele julga sensatas.  No caso de domínio físico, o Espírito obsessor atua sobre os órgãos materiais, provocando movimentos e atitudes involuntárias. 

Os casos de obsessão de maior gravidade geralmente são diagnosticados como loucura, pois frequentemente combinam-se com desordens patológicas. Nestes diagnósticos, o Espiritismo recomenda o uso de medicação aliado à ação sobre o obsessor, que sendo um ser inteligente, deve ser doutrinado com autoridade, sendo essa autoridade expressa fundamentalmente pela autoridade moral e os preceitos da Doutrina Espírita (A Gênese - Kardec).  

Reconhecendo a Obsessão

Reconhece-se a obsessão através das seguintes características:
  1. Persistência de um Espírito em se comunicar, opondo-se a que outros Espíritos o façam;
  2. Ilusão do médium que não percebe a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
  3. Crença na infalibilidade e na identidade absoluto dos Espíritos que se comunicam;
  4. Confiança do médium nos elogios que recebe dos Espíritos que com ele se comunicam;
  5. Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
  6. Tomar mal a crítica das comunicações que recebe;
  7. Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade de agir;
  8. Rumores e desordens persistentes ao redor do médium.

Prevenindo-se da Obsessão


Para assegurar a libertação do obsidiado, é preciso levar o Espírito perverso a renunciar aos maus desígnios; é preciso fazer nascer nele o arrependimento e o desejo do bem, com a ajuda de instruções habilmente dirigidas, com argumentos direcionadas a sua educação moral - Doutrinação e Desobsessão (Evangelho Segundo o Espiritismo). 

As imperfeições morais do obsidiado constituem um acesso livre aos obsessores. A busca por conhecimento através da Doutrina Espírita, o autoconhecimento, a reforma íntima, a prece aliada a fé nos nossos protetores, são poderosas barreiras que podem ser construídas por nós mesmos. (Livro dos Médiuns)


Referências:






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